segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Em breve em um cinema perto de você

Aí você está lá afogada na poltrona do cinema, ainda acordando numa manhã de segunda-feira, vendo a sessão de imprensa de um filme de ação como tantos outros cheios de tiros, lutas e complôs de espionagem.

O vilão dos vilões é um russo, convocado para uma reunião secreta com alguém aparentemente mais maquiavélico ainda – um tal de Sorokin, saído de um Kremlin digno dos filmes de Guerra Fria.

Segue para a cena do encontro dos dois, no meio de uma floresta fria e deserta. A porta do carro abre e --- OMG! --- o malvado-mor é ninguém menos que o russo favorito de qualquer amante do balé clássico. Sim, é ele mesmo, Mikhail Baryshnikov destilando confortavelmente seu alfabeto cirílico nativo no longa "Operação Sombra: Jack Ryan", que estreia por aqui no dia 7 de fevereiro.

Misha, que faz 66 anos no próximo dia 28, não atuava em filmes desde a comédia "Company Business" (1991), na qual contracenava com Gene Hackman (salvo engano, a produção não foi lançada no Brasil). Já a derradeira ponta dele como ator havia sido em 2004, quando interpretou um dos vários namorados de Carrie (Sarah Jessica Parker) na série "Sex and the City". 

A participação de Baryshnikov em "Jack Ryan" é tão pequena que o astro acabou sem crédito oficial na produção, mas vê-lo em cena, ainda assim, é uma surpresa e um refresco (artista é mesmo artista em qualquer lugar!). O diretor do longa, Kenneth Branagh, parece compartilhar dessa opinião. 

"Ele adora ensaiar. Adora, adora, adora ensaiar. Tendo em vista o quão curtas foram as cenas dele, ensaiamos mais do que qualquer outra coisa no filme inteiro. Para mim era apenas uma maneira de passar um pouco mais de tempo com alguém que é uma lenda absoluta. Até onde sei, ele é um dos maiores artistas de nosso tempo", disse o ator, que também interpreta o vilão subordinado a Misha, ao "Studio System News".

Passei um tempão em busca de uma foto dos dois em ação, mas realmente o papel é tão pequenininho que só deve surgir alguma imagem quando o filme cair na rede e alguém copiar o frame. Mas só esse mistério já é um bom estímulo para comprar o ingresso e conferir, não? 

Reboot da franquia de ação inspirada nos livros de espionagem de Tom Clancy (1947-2013) – que já teve Harrison Ford, Alec Baldwin e Ben Affleck no papel-título –, a nova produção tem Chris Pine como protagonista, além de Keira Knightley e Kevin Costner no elenco.

Reuni trailers (ou trechos) de todos os filmes com Misha na playlist abaixo. Ainda preciso assistir aos dois títulos de 1991, mas, por enquanto, meu preferido continua sendo "Momento de Decisão" (clichê, eu sei, mas fazer o quê?). E, para você, qual é a melhor performance do nosso astro no cinema?


"Company Business" (1991), de Nicholas Meyer - Comédia escrachada em que Misha e Gene Hackman vivem amigos golpistas cujo plano mirabolante dá errado em algum momento (óbvio!)



"The Cabinet of Dr. Ramirez" (1991), de Peter Sellars - Outro título aparentemente sem lançamento no Brasil que tem por objetivo refletir sobre o fim da era Bush Pai nos Estados Unidos. O longa está na íntegra, aos pedaços, no YouTube. O curioso é que, além de Bayshnikov, o longa traz no elenco Peter Gallagher, que, em 2001, viraria diretor de companhia de balé em "Sob a Luz da Fama"! 



"Emoções" (1987), de Herbert Ross - O mesmo diretor de "Momento de Decisão" criou essa adaptação cinematográfica para a história de "Giselle", com Misha como um bailarino étoile que, mesmo envolvido com a prima-ballerina da companhia (Alessandra Ferri rumo ao auge), resolve seduzir uma ingênua integrante do corpo de baile vivida por uma Julie Kent de apenas 18 anos.


"O Sol da Meia-Noite"(1985), de Taylor Hackford - Ao lado de Gregory Hines (1946-2003), Isabella Rossellini e uma ainda desconhecida Helen Mirren, Baryshnikov encarou seu papel mais político ao viver um bailarino russo que, após fugir da União Soviética, enfrenta as consequências de um retorno quando seu avião sofre uma pane ao sobrevoar o país.


"Momento de Decisão" (1977), de Herbert Ross - Shirley MacLane e Anne Bancroft lavam roupa suja dos tempos em que dançavam enquanto a filha de uma delas (Leslie Browne) se prepara para virar a "the next big thing" da dança clássica nos braços de um (aparentemente sempre) sedutor Baryshnikov, que recebeu pelo papel indicações a melhor ator coadjuvante nas edições de 1978 do Globo de Ouro e do Oscar.

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